Cenas de sala de aula de leitura: reflexões sobre as contribuições da psicolinguística e da linguística textual
DOI :
https://doi.org/10.35305/revinfosur.vi1.56Mots-clés :
Ensino de leitura, Compreensão leitora, Leitura crítica, InferênciaRésumé
A exposição a textos multimodais (ou não), incluindo os presentes nos mais diversos suportes tecnológicos a que estamos submersos com o acesso à internet, tem exigido cada vez mais a proficiência leitora. Entretanto, tornou-se pauta nas discussões entre professores, em todos os segmentos de ensino, a dificuldade de compreensão apresentada pelos alunos. Há críticas de que após a alfabetização inicial há menos preocupação criteriosa com o aprendizado de leitura por parte da escola: a atenção se volta bem mais à escrita. Assim, a leitura assume papel secundário, como se ocorresse naturalmente, após exposição a textos distintos, sob as várias orientações didáticopedagógicas. Mas sabe-se que a psicolinguística e a linguística textual (LT) têm contribuições a dar, desde o cuidado na seleção do texto em relação ao nível de cognição e interesse do aprendiz, até outros aspectos relevantes, como: exploração do léxico, incentivo ao uso de estratégias para a compreensão de implícitos e criação de espaço para a contrapalavra do aluno. Este artigo analisa a mediação pedagógica, em momento de correção de exercícios, em duas posturas didáticas diametralmente opostas, sob a ótica das teorias levantadas nesta pesquisa bibliográfica sobre psicolinguística e LT, para identificar concepções sobre linguagem, leitura e ensino de leitura, subjacentes a essas práticas e a interferência delas na ação didática do professor e na participação ativa do aluno na construção dos sentidos do texto. Essas duas posturas foram selecionadas, propositadamente, dentro de um leque maior de possibilidades, pois há a pretensão de provocar no leitor deste artigo reflexões sobre a importância da práxis no ensino de leitura e da formação contínua do professor, com vistas a promover um ensino de leitura que redunde na proficiência leitora. Assim, os saberes produzidos por Koch (1997), Marcuschi (2008), Geraldi (2010) e Ciapuscio (2003), entre outros, respaldarão a argumentação.